‟As nossas ações físicas e verbais deixam marcas, são como traços sobre uma espécie de base temporária da memória a que chamamos consciência-de-base. Quando vemos uma luta como espectadores, isto deixa uma ligeira marca na nossa consciência. Por outro lado, se realmente participamos num conflito a marca deixada é muito mais profunda. Quanto mais nos envolvemos mentalmente numa ação, mais forte será a marca. No caso de uma ação nociva, o sofrimento que teremos de suportar no futuro será proporcional à força da marca deixada pela ação.
Quando começamos a praticar meditação, podemos perfeitamente encontrar obstáculos. Na realidade eles surgem não do exterior, mas de dentro de nós, procedentes da nossa própria ilusão: os verdadeiros inimigos da nossa felicidade são as emoções conflituosas que temos dentro de nós. Enquanto não as conseguirmos reconhecer e nos libertarmos delas, enquanto aderirmos a elas, estarão lá para nos destruírem. O objetivo das várias práticas meditativas é precisamente apagar, purificar ou libertar as marcas nocivas que estas emoções gravaram na consciência-de-base. “
Excerto de:
O Treino da Mente em Oito Estâncias:
de Langri Thangpa,
Comentário de
Pema Wangyal Rinpoche
página: 19-20
Disponível para download gratuito
Fonte: Padmakara Portugal