Quando surge um pensamento ou uma emoção confusa e fazemos uso dela, em vez de a deitar fora, tornamo-nos um verdadeiro praticante. Estamos a praticar genuinamente, porque estamos a trabalhar com a nossa mente.
Então a nossa vida é significativa. Não estamos presos num ciclo vicioso de padrões habituais – estamos a trabalhar com a nossa mente para quebrar esses padrões, e neste momento as nossas emoções já não são emoções vulgares – elas são sagradas. São sagradas. Porquê?
Porque as estamos a levar para o caminho que é uma viagem sagrada do Dharma. Não estamos a falar apenas do dharma intelectual, ou das formas físicas da prática. Estamos a falar do dharma que está vivo nos movimentos dos nossos pensamentos e das nossas emoções. É assim que tornamos o dharma presente na nossa vida quotidiana e é assim que podemos realmente ver uma verdadeira transformação a acontecer.
Se agarrares cada oportunidade de trabalhar com a tua mente – em casa, na escola, no trabalho – vais acabar por ter muito mais hipóteses de trabalhar com emoções fortes do que numa hora de estar sentado na tua almofada com uma vaga ideia de “meditação”.
De facto, a tua prática de trabalhar directamente com a tua mente de momento em momento será muito mais poderosa, porque irá realmente mudar a tua corrente de pensamento.
Quando reconheces uma emoção com atenção e a penetras com algum reconhecimento da natureza da mente, esse processo é autotransformador. Não há mais nada que precises de fazer. Quando trabalhas com a tua mente desta forma, verás claramente o seu efeito, não apenas em ti, mas no ambiente, na tua família e na tua comunidade.