Autor: Paulo Borges
Segundo os ensinamentos fundamentais do Buda e de todas as tradições budistas, designados como as quatro nobres verdades, a experiência do sofrimento é uma grande oportunidade para investigarmos a sua origem e causas, vermos em que medida elas estão presentes em nós e, fazendo um caminho para delas nos libertarmos, descobrirmos um estado livre de sofrimento.
Esta visão, só por si, tem um imenso efeito terapêutico e libertador, ajudando-nos a reconhecer que as inevitáveis dificuldades e adversidades da vida são outras tantas e preciosas oportunidades para nos desenvolvermos interiormente e realizarmos todo o potencial de nos tornarmos Budas, ou seja, consciências despertas e plenamente florescentes, em termos cognitivos e afectivos. Esta situação de pandemia, com todo o sofrimento, medo e ansiedade que provoca à escala mundial, não é uma excepção. Para além de nos mostrar que tudo é impermanente e nada é garantido, e que não vivemos num mundo sólido onde só nos possa acontecer o que desejamos e nunca o que não desejamos, a presente pandemia oferece-nos a possibilidade de contemplar as consequências das nossas acções e de usar o medo, a ansiedade, a negatividade e a dor como suporte de um caminho meditativo para as transcender e despertar a consciência.
Neste sentido, gostaria de partilhar aqui alguns breves conselhos práticos, vindos das tradições e mestres budistas, para convertermos esta pandemia num aliado e não num adversário do nosso desenvolvimento humano e evolução espiritual. Não sendo eu um mestre, peço que considerem que tudo o que haja de correcto no que escrevo apenas se deve aos mestres com quem tenho aprendido (dos quais o principal ainda vivo é Mingyur Rinpoche) e que sou o único responsável por tudo o que possa ser confuso, limitado ou errado.
Podes ler o artigo completo e gratuitamente no #1 da Revista Budismo, uma resposta ao sofrimento.